Olaf Scholz, chanceler alemão, fez um discurso às 7 horas da manhã, horário de Brasília, 11 horas em Berlim, sobre a situação da Ucrânia e a invasão russa.

O discurso de Scholz pode ser encontrado com tradução simultânea no canal da CNN Brasil.
No entanto, o recado de Scholz desta manhã não se basta no texto que ele apresentou no parlamento, mas o que de fato é dito ali, do ponto de vista diplomático e governamental.

E Scholz, em resumo, disse uma coisa ao Kremlin:

A Alemanha chegou ao ponto sem retorno. Não há mais últimos avisos.

Putin, sabemos, está seguro na sua decisão, tanto que disse que quem interferir (recado pra OTAN e Estados Unidos) vai “sofrer consequências jamais vistas”. China está com Putin, e esses dois países sustentam a mesa do primeiro mundo.

Nós estamos vendo aqui dois integrantes do BRICS, pela primeira vez, riscando uma linha no chão e dando limites ao Ocidente. China e Rússia fazem parte do bloco de países em desenvolvimento que querem disputar espaço no cenário de poder. Brasil teve a cadeira no Conselho de Segurança aprovado AGORA, justamente para desestabilizar uma possível reação BRICS em maior força, já que, com exceção da África do Sul e Brasil, China, India e Rússia estão num mesmo lado.

Embora India tenha permanecido neutra, na prática, ela está com a Rússia. Porque todos os seus armamentos são comprados da Rússia, tanto quanto suas sementes e fertilizantes. Além disso, India é vizinha territorial. E parceira no BRICS.

O desenho do poder no mundo vai mudar. Cuba e Venezuela serão enclaves do poder oriental na América Latina. O Brasil, vendido aos interesses de Washignton, com um presidente desprezível, segue subalterno, mas vai pagar um preço. Porque nosso maior parceiro comercial é a China.

Scholz disse que vai investir mais 2% em armas, que a Europa não pode mais depender de gás russo, e que Putin vai entender que a Alemanha vai defender os membros da OTAN, e isso é inegociável.

Em resumo, Scholz não aceita o levante oriental, e, de forma diplomática e elegante, disse pra Putin que o tempo de negociação terminou.

Não podemos dizer que esta seria a revanche alemã contra os russos. Na prática, é provável. Holanda, Polônia, Bélgica e Austrália, enclave ocidental na Oceania, mandaram armas e SOLDADOS pra Romênia. Nós já estamos falando de tropas se movimentando.

A Europa só dependia desse discurso de Scholz, e ele não pediu negociação, não pediu prazo, não pediu reflexão, não pediu calma, não propôs outra ia a Moscou.

Scholz disse que Putin não cumpre acordos.
A Alemanha disse que chegou ao ponto de não retorno.
O que isso quer dizer, na prática, é que, sem negociação com a Ucrânia, e uma negociação reconhecida pela comunidade internacional, nós vamos ver ainda neste mês de março um conflito que eu prefiro não pensar, nem escrever uma só linha, porque isso seria o fim do mundo como conhecemos.

Mas, pra Alemanha, a conversa acabou hoje.

Acredite. A próxima declaração alemã, será de envio de tropas.