Pensar a questão da mobilidade urbana no Rio de Janeiro é insano.
A real é que as cidades pós 2º GM foram remodeladas para serem ocupadas por carros. Quem é pedestre, ciclista ou é usuário de transporte público sofre com a falta de políticas públicas que ponham as pessoas como o pilar dos centros urbanos.
Transitar pela cidade é um direito social básico. O sucateamento que o sistema de transporte público no Rio de Janeiro está submetido [o Brasil como um todo], é o retrato de que o lugar do trabalhador — que gera a renda e o lucro dos patrões, definitivamente não é nos centros.
O pobre e favelado que mora nos subúrbios metropolitanos e que precisa fazer de duas a três baldeações — que em muitos casos estão em péssimas condições, superlotados e com uma tarifa abusiva, pra conseguir chegar no trabalho é muito árduo.
Nas greves que tão rolando no Estado quem paga o preço é o trabalhador.
E aos finais de semana quando em alguns casos há o descanso, a busca pelo lazer está restrita ao seu território, porque simplesmente as empresas de transporte “público” reduzem as frotas, pois creem que não há uma circulação de pessoas. Não há circulação ou não querem que tenha?
A estudante e artista carioca YANAM Queiroz, é uma mulher preta, ativista e que usa de sua arte para potencializar a sua voz e resgatar a ancestralidade negada a muitas pessoas pretas, no Brasil. Em sua exposição “AZUL”, no Itaboraí Plaza shopping – região metropolitana do Rio de Janeiro, ela pode mostrar um pouco da sua essência, mas segue lutando pelo os seus corres pra se manter de pé.
Mas nem só de trabalho vive o proletário, temos e queremos o direito de transitar e ocupar esses espaços, que não pertencem apenas pra branco que tem carro [e dinheiro pra pagar a gasolina a 8 conto]. Os corpos pretos, pobres e favelados existem e devem se fazer presentes de forma digna nas cidades para além do seu trabalho, mas na garantia do acesso à cultura, ao lazer e à educação.
