“Sou porque nós somos”

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A Colômbia elegeu Gustavo Petro, sendo o 1º presidente de esquerda no país, derrotando o populista de direita Rodolfo Hernández. Em 2022, mais um país latino-americano deu passos em direção à democracia, aos direitos humanos, ao enfrentamento do autoritarismo e ao negacionismo crescente nos últimos anos.

Francia Elena Márquez Mina, será a 1º vice-presidenta negra na história da Colômbia. Uma mulher negra, mãe solo aos 16 anos, ex-trabalhadora doméstica, advogada, em 2015 foi vencedora do Prêmio Nacional dos Direitos Humanos, após organizar a marcha dos turbantes, para denunciar a mineração ilegal e vencedora do prêmio Nobel ambiental, em 2018.

A Colômbia é o país que mais mata ativistas ambientais no mundo, a vitória de Francia, que é ativista desde os 13 anos, é muito simbólica diante do cenário caótico enfrentado no país vizinho. Sofreu um atentado em 2019, pela sua defesa e combate à mineração em terras afrodescendentes, e durante o período eleitoral sofreu diversas ameaças de morte.

Márquez é o retrato da mulher negra colombiana e a mesma escolheu embarcar nessa jornada árdua, aos 40 anos, “porque nossos governos deram as costas ao povo, à justiça e à paz”. Neste ano, renasce a esperança na Colômbia e que esse vento de esperança venha a ser soprado para o restante da América Latina, principalmente para o Brasil, neste ano eleitoral.

Francia Márquez é uma, mas representa muitos, inclusive muitos dos nossos que se foram; por Marielle Franco, Dom e Bruno, pelos milhares de indígenas e povos assassinados pela mineração ilegal, madeireiros e agropecuários com aval do poder Executivo brasileiro.

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