Sobre ser mulher brasileira e não ter um minuto de paz, no Brasil ou fora dele

Leitura: 2 min
brazilianwomen

A frase da imagem desse post faz referência à recém-divulgada exposição da artista visual Santarosa Barreto, que busca refletir sobre o quanto a mulher brasileira é violentada fora do Brasil. Estereotipada, agredida, discriminada, violada.

Se no Brasil, há um extermínio da mulher, no mundo, a gente nem sempre é vítima de feminicídio, mas a gente morre. De várias formas. Só por ser mulher. Brasileira.

Se aqui fora os caras nem sempre te pressionam na cara dura, eles também não fogem da buzina ou do assovio (principalmente quando você está de costas, porque o covarde nem tem cara pra te olhar). Mas a real é que eles não perdem uma oportunidade de se meterem contigo.Basta eu estar sozinha sentada numa praça pra chegar um do lado e querer puxar assunto. Basta eu ir ao LIDL, mercado aqui na esquina de casa, comprar bebida alcoólica e passar no serviço de check out pra pagar que vem o rapaz autorizar a venda (que não poderia acontecer se eu fosse menor de idade) e o tal rapaz diz: “mas tens idade? epa, tás muito bem conservada, pá” e mete o olhão na tua bunda. E ainda tem o Tinder!  O cara dá match e manda logo assim: “você depila como as outras brasileiras?”; “mulher brasileira aguenta de quatro porque é rabuda, né?”; “você é uma brasileira normal, tipo… dá na primeira?”; “toda brasileira faz garganta profunda?”. EU JURO PRA VOCÊS.

E te digo mais: fora do Brasil, as mulheres costumam ser 50x piores com a gente. Porque acham que virmos roubar os bons casamentos, os bons homens, a felicidade prometida. Dá um google aí: Mães de Bragança. Em resumo, foi um movimento de mulheres de Bragança, Portugal, em 2003 pra expulsar prostitutas brasileiras da cidade. Porque elas estavam lá atrapalhando o casamento das madames, porque os seus maridos puros e ingênuos saíam de casa e traíam suas esposas.

Ser mulher é nunca ter paz. No Brasil, na Europa, na casa do caralho. Haja paciência, porque a vontade é meter fogo.

Tags
Compartilhe

Leia também

O site da Coluna de Terça utiliza cookies e tecnologias semelhantes para ajudar a oferecer uma experiência de uso mais rica e interessante.