Precisamos falar sobre: Racismo Ambiental

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Falar sobre racismo ambiental é olhar e perceber o nosso ao redor, porque é a realidade das pessoas pobres e periféricas. Esse termo se associa à violência em detrimento do lugar espacial que a pessoa ocupa, atrelado ao fator de raça e classe.

Quando falamos sobre aquecimento global, poluição, desmatamento, derretimento das calotas polares, diminuição da camada de ozônio, mudanças climáticas e outros casos de “catástrofes ambientais” — quando na verdade são crimes ambientais e contra a humanidade, nós sempre ouvimos que essas consequências serão futuras, mas não é verdade: as consequências já chegaram e só irão piorar gradativamente. A questão é: quem sofre hoje com essas consequências?

Por mais que o problema seja geral, há pessoas que sofrem mais do que outras, por conta de “N” fatores, mas que são localizadas na questão de território. É muito claro observar isso, quando olhamos as constantes enchentes, deslizamentos de terras, queimadas, ausência de saneamento básico, falta de água, violência armada, ausência de energia elétrica, etc. Quem mora nas regiões periféricas, sobretudo pessoas pretas, indígenas e mulheres, já estão enfrentando isso há muito tempo, mas a tendência é piorar cada vez mais.

O racismo ambiental é fruto da exclusão social somada à destruição da natureza, o que afeta as pessoas que já estão inseridas num contexto de vulnerabilidade social. O meio ambiente não é racista, as pessoas e a indústria sistêmica [no Brasil, agravado pela expansão da agropecuária] a qual gera a destruição, joga a consequência e os seus dejetos para esses lugares.

Nos acostumamos com a ausência de políticas do Estado para atender e amenizar esse agravante e, deste modo, essa responsabilidade cai no nosso colo. A sociedade civil, por meio de mobilizações, se organiza para prestar solidariedade ao próximo; isso enquanto se prepara para a próxima “catástrofe”. 

O mundo inteiro se organiza em prol de justiça ambiental, mas temos que pensar que ela não existe sem justiça social, lutar por justiça e direito socioambiental que também é um desdobramento da luta anticolonial e antirracista.

Realmente, Emicida, “tudo o que nóis tem é nóis”.

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