Pobreza também é violência

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Foto: Site Nossa Ciência

Durante a pandemia, ficou latente as desigualdades sociais: desemprego, fome, despejos, mortes, doenças físicas e mentais. Ao andar pelos centros das cidades, é assustador o número de pessoas em condição de rua e pobreza extrema. Porém, pelas crises financeiras e políticas que o país está submetido há alguns anos, passamos de modo infeliz a naturalizar a pobreza e achar que esse é o nosso novo normal.

Não é normal uma família não ter o que comer. Não é normal uma pessoa ter que revirar o lixo para sobreviver mais um dia. Não é normal uma criança vender balas no sinal para ajudar em casa. Não é normal ser autorizado despejo de pessoas em condição de vulnerabilidade social e econômica. Não é normal termos 12 milhões de pessoas desempregadas e o crescimento de subempregos – segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Não é normal pessoas terem morrido para uma doença pra qual existia prevenção e cura. Não há normalidade no Brasil.

Fomos condicionados a naturalizar as desigualdades e as violências. 

São 86 milhões de pessoas em condição de pobreza extrema, de acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). Os principais grupos atingidos são: mulheres, povos indígenas e crianças. Esses números aumentaram diante da pandemia de COVID-19. No contexto Brasil, o aumento se deu também pela pandemia fascista que assola a política nacional, que banalizou as mortes pela doença e desprezou as desigualdades que sempre foram presentes e cruéis com uma parcela da população. 

Pela ausência de políticas públicas eficientes que visem conter o agravante da questão social, o povo tem seu único fim: sucumbir em seus próprios dejetos. 

É urgente lutarmos por programas de distribuição de renda, pelo investimento público no Sistema Único de Saúde e na educação do país. Programas que sejam políticas de Estado, ou seja, que perpassem governantes. Não podemos nos contentar com políticas de governo que têm prazo de validade ao final do mandato do titular. 

O povo tem fome e ódio. Que saibamos para onde direcionar esse ódio para, assim, derrubarmos aquilo que nos faz perpetuar na condição de oprimidos e vulneráveis socialmente.

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