O que está para acontecer em Portugal, será único na História

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O que está para acontecer em Portugal, será único na História.
Portugal será o palco do primeiro grande conflito de ex-colônias que lutarão, em solo português, contra o racismo, a xenofobia e o sexismo.
E o Brasil será o líder dessa luta.
Acabou o tempo da ilusão com o discurso de “país-irmão”.
Assim como acabou, no Brasil, o mito da democracia racial.
O Brasil é o único país grande o suficiente para intimidar Portugal, que a nós deve desculpas e reparação já há 522 anos.
Somos territorialmente maiores, populacionalmente maiores, economicamente maiores, politicamente mais relevantes no cenário internacional, potência industrial, energética, tecnológica, cultural e tanto mais.
Nós vamos abrir espaços com a urgente precisão que irmãos de países como Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde, Timor levariam décadas e séculos para conseguir chegar ao nível de elaboração de discurso, política e estrutural para hostilizar e aniquilar os agentes do racismo colonial português.
Nossa capacidade de luta social é uma tecnologia.
E ela chegou em Portugal.
E vamos ceder essa mesma tecnologia para todos os outros grupos minoritários, ex-colônias ou não, como os irmãos de Nepal, Oriente Médio, Índia e outros não-falantes do português.
Cabe ao Brasil e aos brasileiros em Portugal implementar forças e direcionar lutas para destruir a máquina e as pessoas da discriminação estrutural que existe em Portugal.
E faremos.
Pelo jornalismo, pela política, entrando para os quadros políticos portugueses, nas empresas, na economia, porque quem tem o capital, tem o poder, Gulbenkian que o diga,
E Portugal será prostrado diante da justa raiva daqueles cujos antepassados foram estuprados, roubados, assassinados, torturados e explorados pelo povo que hoje segue como se nada tivesse feito.
Que venha a luta.
Que a gente procure saber da Revolução de Pernambuco, da Cisplatina, da Guerra da Independência, e da profunda dependência de Portugal ao Brasil, para existir como país minúsculo e insignificante que é.
Nos 200 anos da independência, a geração de brasileiros em Portugal veio cobrar aquilo que eles fugiram pra não pagar.
A geração de Joaquim Marques Lisboa, o Tamandaré,
que perseguiu os portugueses até a entrada do Rio Tejo em Lisboa, expulsando-os do Atlântico, essa geração está aqui.
Nas artes, na cultura, na academia, no jornalismo, na política e na economia. Já tomamos de volta, agora vamos destruir tudo que se opor a nossa liberdade neste país que nos pertence.
Nunca mais mulheres humilhadas e chamadas de putas.
Nunca mais homens e mulheres portuguesas confortáveis para praticar todo tipo de preconceito.
O Brasil tem por missão histórica SUBJUGAR o espírito português, para que passemos a limpo a nossa História e possamos caminhar para a resolução das injustiças que existem em nós, que ELES iniciaram.
E a resposta começou a chegar, no Globo e na Folha, a demissão de um professor da Universidade do Porto, que chamava as alunas brasileiras de mercadorias.
Esta demissão, inédita, é o começo do processo que não tem volta. E me orgulho de fazer parte disso, quando pautamos a imprensa na Europa e Brasil contra violência nas escolas.
E vem da favela, vem das escolas, vem de todo lugar.
Corram.
Viva Zumbi,
Viva Zapata,
Antonio Conselheiro,
todos os Panteras Negras,
Lampião,
sua imagem e semelhança.
Safoda eles.

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