Leis pra quem?

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Vou usar a palavra ‘CRIOLA’ pra te explicar como pode ser visto como crime, chamar Linn da Quebrada como “ele”.

A cantora Linn da Quebrada disse que quer ser tratada como “ELA”, pronome feminino que, inclusive, tatuou na testa para ajudar as pessoas a usarem o pronome certo.

A cantora, que não se opõe ao termo ‘travesti’, insiste, porém que é ‘a’ ‘travesti’, e não ‘o’.

Embora não seja tipificado na lei como crime chama-la de ele, ou dizer o travesti, a lei dá conta de tudo?

Como pessoas TRANS e LGBTQIA+ não possuem legislação para configurar transfobia, utilizam a lei de racismo para se protegerem.

Só aí, já deveríamos perceber que as leis não conseguem atender a tempo as mudanças da sociedade.

Porque já existe um grupo que sente seus direitos violados, mas não há lei que o proteja.

Exemplo de como as leis demoram a virar escrita:

Qualquer pessoa negra, chamada de “criola” em 1930, sentia o teor pejorativo, mas ainda não tinha como organizar uma luta.

Na década de 1960, ela sentia a dor, mas ainda não havia lei. Na década de 1980, no fim da década, veio uma lei, contra o racismo.

A pessoa vítima sente a dor e sente o crime, antes dele ser tipificado na sociedade.

Um crime dessa natureza nasce no dano subjetivo causado na pessoa que o sofre. Você pode dizer que não tem lei pra definir crime. Mas aquela pessoa, que sente na pele, diz que é.

Porque está cansada, De ser chamada de ele. De criola.

As leis demoram a surgir. E demoram a fazer justiça.

Mas as violências estão acontecendo, todos os dias.

Embora não esteja escrito, ainda, em nenhuma lei, é crime, Linn sente como um crime, o que fazem com ela.

Assim como o povo negro sentiu, por décadas, o peso de criolo e criola, e que peso doloroso.

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