A gente sabe: as balas perdidas das “operações policiais” no Brasil, têm endereço certo. Por que nenhuma bala perdida atinge a cabeça de criança saindo da escola no Leblon ou em Ipanema? Porque existe pele alva e pele alvo, já disse Emicida. Alice Rocha, quatro anos, QUATRO ANOS, saía da escola junto com a mãe e parou pra comprar pipoca.
Claro que não foi em Copacabana ou na Barra. Foi no Taquara, Zona Oeste do Rio. E nem pra prestar socorro esse estado nojento que o Brasil se tornou (e não esotu falando apenas de Rio de Janeiro, não, porque esse horror está por todo lado), nem pra socorrer a menina o estado presta. Um mototaxista foi quem socorreu. Levou a criança pra uma unidade de saúde do bairro e ela foi atendida, tranferida para o Miguel Couto e operada. Segue em estado grave.
Mas vai me aparecer algum espírito de porco aqui e dizer, como disseram na Chacina da Vila Cruzeiro: pelo menos a polícia atendeu à ocorrência, prendeu arma, bandido e um carro roubado. E DAÍ?! Isso pode custar a vida da Alice, como já custou a vida de um monte de outras crianças e adolescentes e inocentes nesse extermínio promovido pelas polícias brasileiras. Quantos ainda vão morrer? Por que a polícia só abre fogo na periferia? É esse o plano desse governo: matar preto e pobre, exterminar os nossos.
PS.: quando eu fui buscar uma imagem pra essa notícia, busquei por “menina quatro anos baleada Rio de Janeiro”. Faz isso. Dá um google nessa frase. Veja se tem coragem de olhar pra quantidade de crianças baleadas e mortas em operações policias. Veja se consegue não chorar. Se ainda consegue justificar esse horror que estamos vivendo.
