A vida tem preço

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Miguel Otávio, 5 anos. Lembra desse nome? Talvez não. É doloroso relembrar esse caso, mas necessário. Em 2020, o caso foi noticiado por vários canais de informação. O menino Miguel Otávio Santana da Silva morreu após cair do 9° andar de um prédio de luxo em Recife.

Miguel precisou ir para o trabalho com a mãe porque, na época, as creches e escolas não estavam abrindo por causa da pandemia de COVID-19. Os avós, que ficavam com a criança enquanto a mãe trabalhava, não podiam estar com a criança no dia por causa de outros compromissos.

Mirtes deixou Miguel brincando com a filha dos patrões e avisou a sua patroa, Sari Gaspar Côrte Real, que desceria para passear com o cachorro. Durante esse momento em que Mirtes estava na parte de baixo, a criança quis encontrá-la.

Nas imagens apresentadas na época, mostraram que ele entrou no elevador e Sari simplesmente deixou uma criança de apenas cinco anos ir encontrar sua mãe sozinho. Essa irresponsabilidade da ex-patroa resultou em um desfecho trágico para a família de Mirtes.

Ao ser deixado sozinho no elevador, a criança foi do 5º para o 9º andar e caiu de uma altura de 35 metros. Sari chegou a ser presa em flagrante, mas foi solta após pagar uma fiança de R $20 mil. Esse é o valor que vale a vida de uma criança negra.

A expressão “a vida não tem preço” não vale para quando uma pessoa preta é morta. Vale menos ainda quando a pessoa responsável pela morte é branca e rica. A vida tem preço, cor e classe social. 

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