A crise na saúde pública é um projeto

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Este mês, houve um reajuste de quase 11% nos preços dos medicamentos. Paralelo a isso, observamos uma crise na saúde pública em que muitos remédios para o tratamento de doenças consideradas crônicas, como diabetes e hipertensão, estão em falta nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).  

O Governo Federal, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), oferece alguns medicamentos para o tratamento de doenças crônicas de forma gratuita. No entanto, em julho de 2021, foi apurado pelo Correio Braziliense que 48 medicamentos, que deveriam ser disponibilizados pela Secretaria de Saúde (SES-DF), estavam em falta nas UBSs do Distrito Federal (DF).

Mas essa situação não se restringe apenas ao Distrito Federal. Em janeiro deste ano, pacientes reclamaram da falta de remédios na rede de saúde de São Paulo, o que acaba prejudicando o tratamento das pessoas que mais necessitam.

A falta de medicamentos na saúde pública é claramente um projeto de futura privatização, pois, em 2016, durante o governo Temer, houve um congelamento dos gastos na saúde pelos próximos 20 anos. Além disso, em 2020, um decreto publicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acabou virando polêmica. 

O projeto previa a elaboração de estudos para avaliar a possibilidade de conceder às iniciativas privadas as UBSs. Isso obviamente seria a porta de entrada para a privatização da saúde pública no país. Dada a repercussão negativa, Bolsonaro recuou e revogou o decreto.

Vale ressaltar que o SUS é referência em saúde pública no mundo e conquistou grandes avanços para a saúde dos brasileiros. Além disso, é o único sistema que atende cerca de 200 milhões de pessoas, sendo que 80% dependem exclusivamente dos serviços oferecidos pela saúde pública.

Cerca de 70% dos brasileiros não possuem plano de saúde, de acordo com pesquisas realizadas pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em 2018. 

Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o preço médio de um plano de saúde é de cerca de R$600. Um valor impossível de pagar para quem recebe um salário mínimo de $1212. Além disso, todo brasileiro utiliza o SUS de alguma forma, seja pegando os remédios disponibilizados, seja em instituições privadas, visto que o sistema também realiza parcerias com as redes privadas de saúde.

A qualidade da água que chega a casa dos brasileiros também é de responsabilidade do SUS, além da fiscalização de alimentos em supermercados, restaurantes, lanchonetes e espaços públicos como rodoviárias e lanchonetes.

Muito é falado sobre a qualidade do sistema de saúde dos EUA. No entanto, durante a pandemia de COVID-19, os exames de diagnósticos do coronavírus naterra do tio Sam, variavam entre 1000 e 4000 dólares. Valor esse praticamente inacessível para a população mais pobre, enquanto que no Brasil os exames foram oferecidos de forma gratuita.

Defenda o SUS. É um direito previsto na Constituição. Precisamos lutar por melhorias na saúde pública, não pela privatização.

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