Um homem negro denuncia trabalho escravo no DF

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Dois homens negros foram resgatado de trabalho análogo à escravidão. O crime ocorreu na fazenda Barra da Cachoeirinha, em São Sebastião, no Distrito Federal. A jornada de trabalho chegava a cerca de 12 horas por dia, eles viviam em um curral, em condições precária e sem direito a um salário; isso enquanto o dono da fazenda residia em uma casa luxuosa.

Uma das vítimas, conhecida como Juarez Souza, relata que foi abordada por Manoel Bento da Silva, na ideia de receber uma oportunidade de emprego em maio deste ano, para ser cortador de eucalipto, mas ao se deparar com toda aquela situação ele conseguiu fugir a pé e com a roupa do corpo e denunciou o caso a Superintendência Regional do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Previdência. A fazenda pertence ao empresário Igor Emir Suaiden, que negou saber das informações divulgadas. Cabe mencionar, que a família possui um restaurante chamado Taioba na câmara dos deputados, a cerca de 40 km do local.

Em entrevista concedida à TV Globo, Juarez conta que saiu da Bahia no início do ano, para tratar uma hérnia. Ele aguardava uma cirurgia na rede pública de saúde, em Planaltina. As vítimas relatam que tiveram que construir a própria cama com espuma e madeira; dormiam no frio de 5° ao mesmo tempo em que cortavam madeira para aquecer as galinhas que precisam estar confortáveis pra botar ovos; não tinham acesso a banheiro, faziam suas necessidades básicas no mato e tomavam banho com um balde; e relatam ainda que na hora de dormir tinham que disputar espaço com aranha e escorpiões.

Com apoio da Polícia Federal, uma equipe de auditores foi até o local e resgatou o outro homem. Os dois foram indenizados em R$ 10 mil reais e irão receber três parcelas do seguro-desemprego especial para trabalhadores resgatados de situação análoga à escravidão, equivalente a um salário mínimo.

Cômico termos uma lei tão rasa para ressarcir todo o mal sofrido pelos trabalhadores resgatados de situações semelhantes, mas nenhuma que venha a punir de fato os agressores, responsáveis por tamanhas barbáries. Até agora, não temos a cara dos criminosos estampada nos jornais deste país; a primeira pessoa a ser exposta é novamente a vítima. É papel do Estado brasileiro fiscalizar e fazer cumprir as leis trabalhistas.

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