Quantos mais têm que morrer pra essa guerra acabar?

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O Brasil está cravando na história do século XXI, o maior campo de concentração a céu aberto do mundo, de modo legal pelo Estado. Não existem argumentos que contraponham a guerra civil instaurada nos últimos anos; a população negra está sendo EXTERMINADA e ninguém faz absolutamente nada. Estamos cansadas de morrer, pois quando a bala “perdida” de fuzil não chega, a fome é certeira.

Na última quarta-feira (25), a polícia rodoviária federal de Sergipe, torturou Genivaldo de Jesus, um homem negro, de 38 anos, com transtornos mentais. Ele foi abordado de modo extremamente truculento e foi morto em uma câmara de gás improvisada pela PRF em sua própria viatura. Um método de tortura e assassinato nazista sendo usado dentro das forças de segurança pública. Genivaldo foi assassinado a céu aberto, na frente de sua família, à frente de câmeras, à nossa frente e para quem mais quiser ver.

Estamos vivendo uma das maiores chacinas do estado do Rio de Janeiro com, até então, 26 mortos na Vila Cruzeiro. A criminalização e o combate ao tráfico é a carta de execução para a polícia e uma carta de anistia para o Estado brasileiro. Enquanto a farsa de guerra às drogas perseverar, o sangue negro continuará lavando a bandeira do Brasil.

Não queremos mais sobreviver; queremos viver com dignidade e respeito à nossa cidadania. Nos escravizaram por 388 anos; nos libertamos à base de muita luta; ocupamos ainda hoje os mais precarizados níveis de emprego; estamos situados, majoritariamente, em condições insalubres de moradia; com um baixo nível de escolaridade e logo também em nível superior; enfrentamos fome e a miséria provocada pelo Estado.

Resistimos por séculos nesse país roubado e construído à base de sangue indígena e preto. Sobrevivemos às precarizações sobre a nossa vida. Sobrevivemos a uma pandemia que matou 666 mil pessoas. Contudo, não vamos conseguir (re)existir a essa necropolítica adotada pelas forças armadas do estado brasileiro.

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