A ação policial que aconteceu na última terça-feira (24), na Vila Cruzeiro, foi elogiada por Bolsonaro em suas redes sociais mesmo sendo considerada a segunda maior chacina da história. 

Em maio do ano passado, ocorreu a maior chacina até então, conhecida como Chacina do Jacarezinho. Ao todo foram 28 mortos.

Até o momento foram contabilizadas 25 vítimas fatais e sete feridos na Vila Cruzeiro. Dentre as pessoas que foram assassinadas, está Gabrielle da Cunha, de 41 anos, que foi baleada dentro de casa. 

Em suas redes, Bolsonaro comenta:  “Parabéns aos guerreiros do BOPE e da @PMERJ que neutralizaram pelo menos 20 marginais ligados ao narcotráfico em confronto, após serem atacados a tiros durante operação contra líderes de facção criminosa. A ação contou com apoio da DRE (@policiafederal ) e @PRFBrasil”,

De acordo com o presidente, essa operação foi planejada por meses. O que nos faz crer que o pensamento: “se vai morrer alguns inocentes, tudo bem, tudo quanto é guerra morre inocente” ainda permanece. Ou seja, as pessoas que foram assassinadas continuam sendo apenas números.

Essa “operação de sucesso” resultou na apreensão de 13 fuzis, 4 pistolas, 12 granadas, 30 veículos roubados e drogas. Vale lembrar que a maior apreensão da história aconteceu em Vivendas da Barra, com 117 fuzis. 

Na teoria, não existe pena de morte no Brasil. Mas o que acontece na prática, já é uma outra conversa. Enquanto temos mais de vinte famílias chorando pela perda de seus entes queridos, temos um presidente que parabeniza a operação. Ou seja, se o plano de segurança pública é exterminar preto e pobre, ele tem funcionado perfeitamente porque ou estamos morrendo de fome, ou de “bala achada” como diz na favela.

Foto: Carolina Antunes/PR