No dia 22 de maio deste ano, alguns artistas se mobilizaram e promoveram o evento TUDO QUE AQUECE. O objetivo da ação foi de arrecadar agasalhos, meias, cobertores, entre outras coisas que possam ajudar as pessoas em situação de rua a se protegerem do frio.
O evento foi organizado por Jeniffer Dias e Sol Miranda, e contou com a participação de diversos artistas como Ella Fernandes, Lellê, Luiza Rosa, Jaffar Bambirra, entre outros.
Recentemente, uma pessoa em situação de rua morreu em São Paulo devido ao frio. Na verdade, devido a negligência do Estado, uma vez que, às vésperas da previsão de um frio intenso, várias famílias foram despejadas de um prédio que estava sendo ocupado na Rua Augusta, localizado no centro de São Paulo.
Artistas e ONGs estão se movimentando para arrecadar itens que possam ajudar as pessoas que se encontram em situação de rua a se protegerem do frio. Em contrapartida, vemos aquele que deveria se movimentar em prol dessa população fazendo um movimento contrário.
Todo ano vemos o Estado inerte enquanto as pessoas morrem em decorrência do frio. Ao mesmo tempo, vemos pessoas se solidarizando com essa situação e organizando arrecadações para ajudar como pode.
Porque brasileiro é um povo solidário, não é mesmo? Talvez os órgãos (in)competentes, que deveriam se responsabilizar por essa população, se agarrem a essa afirmativa e contem com a solidariedade do povo brasileiro. Antes de ser massacrada, gostaria de avisar que estou sendo irônica.
Mas toda essa negligência faz com que a minha criatividade trabalhe para achar alguma resposta. Deixo aqui alguns questionamentos: por que os colchões de alguns abrigos estão mofados, com percevejos e até fezes de pombo? Por que não é garantido o mínimo de higiênica básica nestes locais denominados abrigos? De quem é a culpa? Quem são os beneficiados?
São alguns questionamentos retóricos, na verdade, mas que talvez precisem ser feitos. Enquanto não temos as respostas, doem! Revirem os armários, aquele casaco que você não usa com certeza irá servir para alguém. Procure postos de arrecadação na sua cidade, ONGs, qualquer coisa, mas ajudem.
A verdade é que o Estado ou quem quer que seja não está preocupado com as pessoas que estão nas ruas. E sabemos bem a cor dessas pessoas, mas o debate racial fica, talvez, para um outro texto.
