O BRASIL ESTÁ EM GUERRA!

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Há séculos estamos em conflito. Ele não foi cessado em 13 de maio, com uma falsa abolição e, tampouco, na Constituição de 1988 – que previa a demarcação de territórios indígenas em até cinco anos. Passaram-se 33 anos e ainda estamos à mercê desse Estado negligente e racista. A fome, a miséria e o desemprego voltaram a ser predominantes no país e nenhuma política é aplicada. O sangue que escorre nos becos das favelas e a formação de poças originárias, são rios de gozo para o Estado brasileiro.

O povo negro enfrenta ainda hoje os subempregos, a marginalização e a necropolítica do Estado, que ceifa a cada cinco minutos mais um jovem negro. Os povos indígenas enfrentam as violências sobre seus corpos e territórios em prol do avanço do agronegócio, mineração, expropriação da natureza, garimpo e avanço a concentração fundiária.

Todas as nações do mundo inclinam seus olhares e prestam suas consolações para a guerra na Ucrânia, que chega a quase três meses neste maio de 2022. E eu só queria que a grande mídia e todos os governos que se dizem prezar pela paz, olhassem também para a guerra cravada no Brasil: uma guerra silenciosa, sangrenta e institucionalmente legal.

Cito aqui o mestre Ailton Krenak, em seu livro Ideias Para Adiar O Fim Do Mundo: “Eu não sei porque você está me olhando com essa cara tão simpática… Nós estamos em guerra. O seu mundo e o meu mundo estão em guerra […] A falsificação ideológica que sugere que temos paz, é pra gente continuar mantendo a coisa funcionando. Não tem paz em lugar nenhum, é guerra em todos os lugares o tempo todo”.

Estamos à beira de um colapso ambiental e climático. Nós somos a última geração capaz de salvar a Amazônia, contudo, esse caos segue sendo coberto por panos quentes. Em nome do lucro, da destruição e do desprezo pela natureza e pela vida.

Desde as eleições de 2018, todas as entidades sociais e culturais avisaram do caos que seria o (des)governo de Jair Bolsonaro. Não foram ouvidas e hoje vivemos o colapso de problemas sociais que haviam ficado no passado, somado à erupção de neofascistas endossadas pelas falas e atitudes do até então presidente. Não há mais perspectivas para o país, dentro desse e de um possível novo mandato. A tendência é que as classes minoritárias sejam cada vez mais rechaçadas, humilhadas e entregues à morte.

Não há paz no Brasil e a guerra pivô acontece neste território.

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