O apagamento histórico do povo negro e indígena

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Para os “jurua” – homem branco, em tupi-guarani, nós, pessoas pretas e indígenas, só existimos para os servir. Exploraram nosso povo, dizimaram nossa ancestralidade, violaram nossa humanidade e tentam tirar o nosso futuro. Construíram esse país à base do nosso sangue e hoje nos excluem da história e nos negam o mínimo de dignidade para vivermos.

Crescemos no imaginário fictício de quem fomos, perdendo nossa singularidade enquanto indivíduos. Na escola, aprendemos que os povos indígenas eram selvagens e os negros eram fortes para trabalhar. Nos tiraram aquilo que ninguém poderia roubar: o conhecimento do saber, sobre a nossa história.

Ainda hoje, ouvimos e é disseminado pelo imaginário popular, os estereótipos racistas a respeito destes povos. O conhecimento a respeito das etnias, culturas e religiões, não são nem mencionados na maioria das escolas do país. A nossa cultura e ancestralidade se baseia e resume ao eurocentrismo.

Eles que se mordam! Eu quero que a história do meu povo e dos povos originários sejam apresentadas e respeitadas. A construção de uma sociedade antirrascista deve começar da base, nas escolas.

Dia 19 de abril – dia dos povos indígenas, não é para as crianças serem fantasiadas de “índio”; é para terem conhecimento da existência de outras etnias e culturas. Dia 22 de abril – dia da “descoberta” do Brasil, é para ser lamentado, visto o que sucedeu a invasão portuguesa. Dia 13 de maio – dia da falsa abolição da escravatura, não é para as crianças ouvirem que uma princesa branca teve compaixão dos negros e aboliu a escravidão. São dias simbólicos e referentes às lutas pela existência e em memória do que fomos.

O Brasil é território indígena e é o país com mais negro fora da África. A Lei 11.645/08, prevê de modo obrigatório o ensino da história e cultura indígena e afro-brasileira nas escolas públicas e privadas do ensino fundamental até o ensino médio do país. Que essa lei venha a se fazer presente nas instituições de ensino básico, a caminho da reparação histórica no país.

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