Infeliz Dia do Índio

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Foto: Reprodução/ Redes sociais

Na última segunda-feira (19), dia em que é celebrado o dia dos povos indígenas, uma mulher indígena foi agredida por policiais militares na cidade de Pau Brasil, no sul da Bahia. No mesmo dia, era comemorado os 60 anos da cidade.

A denúncia foi feita por meio de redes sociais. No dia em que é nomeado “Dia do Índio”, estabelecido pelo Decreto Lei nº 5.540, de 2 de junho de 1943, uma mulher indígena foi agredida e precisou levar pontos na cabeça, além de ter ficado com hematomas nos braços e nas pernas.

O termo “índio” anula toda uma diversidade existente entre os povos indígenas, dessa forma, há um projeto de Lei nº 5.466-B, de 2019, elaborado pela deputada federal Joênia Wapichana, que justamente faz essa sugestão de mudança do nome para Dia dos Povos Indígenas.

A importância da modificação do nome ocorre justamente para que o imaginário sobre os povos originários seja modificado. As crianças não devem ser pintadas e fantasiadas de “índio” no dia 19 de abril, na verdade, elas devem aprender sobre as línguas e religiões ou pelo menos saber da existência para que não haja esse apagamento das identidades dos povos originários.

O nome dedicado aos povos originários, que supostamente é uma “homenagem”, remete a uma série de estereótipos e preconceitos, pois apresenta de forma similar uma população que é diversa. É possível valorizar, de fato, os povos indígenas sem cair na estereotipação.

De acordo com a Lei 11.645 de 2008, é obrigatório o ensino das culturas afro e indígenas nas escolas. Sendo assim, é possível trabalhar com a diversidade cultural por meio da literatura, uma vez que também faz parte da construção da literatura no nosso país.  

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