Eu concordo com o Mourão: qual o problema de ele usar o viagra dele?

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mourao_claudiobrites

Não somos nós, progressistas e desconstruídos, que propagamos a abertura pra uma sexualidade masculina que se assuma em suas fragilidades? Com lugar pra viagras, próteses penianas, cintaralhos e fio terra? Todo o necessário ao sujeito poder viver sua sexualidade em paz?

Então qual o problema de o exército brasileiro pensar nisso e custear tais usufrutos? Seja com o nosso dinheiro ou não? Não são eles também filhos da terra onde tudo que se planta dá?

Talvez o vice não saiba, mas atacar o exército virou atacar o presidente. Mais do que isso, virou atacar um certo tipo de masculinidade, aquela da “maratona sexual sem sair de cima”, do “ontem peguei duas”, mas que no fundo não dá é conta de nada. Ou até dê, mas com aditivos. É o discurso da pátria armada que não funciona. Dos canos de ferro mentirosos e viris só na violência que praticam. Um sexo pornográfico no pior sentido: violento e colonizador.

Eu quero mais esse povo transado e comido, porque assim dariam vazão a tanta libido represada. Um exército que transe, que ajude, que proteja. Não esse da caserna, comendo picanha e leite condensado aos custos da fome; uma instituição ausente em momentos de tragédia, sem suporte real durante a pandemia.

Embora a esquerda use as piores piadas para criticar toda essa situação dos viagras e das próteses, buscando lacrar em vez de esclarecer, sem perceber que atiram no pé com o discurso machista que dizem combater – que faz homens que realmente precisam dessas coisas para viver sua sexualidade se sentirem mal; o papo reto aqui é direcionado para a hipocrisia militar desde os tempos do imperador, vice-presidente. Da corrupção na ditadura e da mamata ainda hoje. O militarismo é o símbolo do pai falido, esperando respeito a qualquer custo. Pau mole na mesa.

Pagar o viagra ao senhor vice coronel, para gozar enquanto todos morrem? Num dá. Ainda mais que quem usa é quem pode pagar, porque o soldado e o cadete, provavelmente, nem encostem na picanha, convenhamos; no máximo, no viagra…

(Eita, fetichizei aqui, que veio agora aquele leite condensado se espalhando com viagra pelo salão e o povo regado no Whisky… e pensar que eu lutei para ser dispensado…)

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