Bolsonaro e as eleições do tudo ou nada

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Há muito tempo a gente vem dizendo que Bolsonaro flerta com o autoristarismo. A gente já disse mil vezes que ele acena para o golpe e induz seu rebanho todo (composto por outros políticos, mas também por eleitores apaixonados (e cegos) a verem nisso uma solução, uma fuga aos tempos “horríveis” de PT no poder.

Acontece que esse aceno, tem se tornado cada vez mais escancarado. Já não é um cumprimento de miss, com a mão abanando suavemente; é aquela pessoa do outro lado da rua gritando loucamente, querendo ser ouvida a todo custo. E são muitas, muitas mesmo, as evidências disso. Mas eu vou falar só das mais recentes.

Insatisfeito com o desmonte na cultura, o presidente vetou nesta semana a Lei Paulo Gustavo, que faria um repasse de R$ 3,8 bilhões para ações emergenciais no setor de cultura do país todo, visto que é um dos setores mais prejudicados com a pandemia de Covid-19. Apesar de a gente ainda se assustar e se revoltar, me diz qual é a novidade? Bolsonaro sempre foi inimigo da cultura. Até parece que esse homem quer que todos tenhamos acesso a teatros, apresentações de dança, a livros, a qualquer coisa que nos deixe menos massa de manobra e mais críticos.

Mas não é só. Também nesta semana, soube-se que a irmã do ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega acusou o Palácio do Planalto de oferecer cargos comissionados pela morte do irmão, que era ligado à família Bolsonaro. Típica queima de arquivo.

Quer mais? Tem! Em evento com militares no Palácio do Planalto ainda nesta mesma semana a qual estamos tentando sobreviver apesar de Bolsonaro, ele mesmo, o próprio, voltou não só a falar em uma disputa do “bem contra o mal”, na qual ele seria do bem, como falou sobre uma possibilidade de “sacrifício da própria vida em nome da pátria”. O cara diz a um bando de militar lambe botas: “Se a pátria um dia voltar a NOS CHAMAR, por ela tudo faremos”. Amigo, se ele não tá acenando a um golpe, eu não sei o que é isso. Não bastasse isso, ele defendeu os presidentes da ditadura militar sem mencionar censura, torturas, mortes cometidas pelo regime (por que será?). Quer mais? Defendeu o direito de ir e vir de Daniel Silveira (risos y choros).

Enquanto isso, as notícias são essas:

A renda média dos brasileiros cai a um mínimo histórico;

Cesta BÁSICA PASSA de R$ 760;

Cidades pelo Brasil têm gasolina a mais de R$ 10 o litro;

Valdemar Costa Neto diz que “campanha de Bolsonaro será cara” e prevê um gasto de R$ 17 mil POR HORA SÓ EM COMBUSTÍVEL;

Imunidade parlamentar atrapalha projeto contra fake news;

Aprovação a governo Bolsonaro sobe pela quarta vez seguida e chega a 30%;

Bolsonaro cresce na primeira pesquisa de votos sem Moro e Leite.

Esse é o cenário. Esse é o resumo. Mais claro que isso, impossível: as eleições estão chegando e, a cada minuto, a gente fica mais perto de uma possível reeleição desse homem. (ÇOCORRR!) Vão ser eleições duras. Ainda falta muito até o pleito. Então, se conscientiza e não mete papo de “ai, prefiro votar em branco”; “poxa, mas eu ia votar no Moro”, [coloque aqui a frase passa pano pra Bolsonaro que vc quiser].

São as eleições do tudo ou nada. E a gente não merece mais quatro anos desse inferno de dor, morte, sofrimento, desemprego, fome. A gente não merece.

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