Mansplaining: a arte de explicar o óbvio

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O “palestrinha” já deu as caras por aí hoje para explicar o que você já sabia? Se não apareceu, realmente é seu dia de sorte, viu! A quantidade de homem metido a professor é incontável. 

Para você que não está entendendo nada do que estamos falando, o tema deste texto é um termo já bem conhecido pela maioria das pessoas que estuda violência psicológica: o mansplaining

Embora de pronúncia difícil, explica um fenômeno que infelizmente não é nada incomum no dia a dia das mulheres, a fala do homem que busca explicar tarefas ou eventos para uma mulher como se ela fosse incapaz de compreender ou realizar a tarefa somente pelo fato de ser mulher. Em outras palavras, é quando um homem explica algo que a mulher já sabe, mas ainda assim ele o faz como se estivesse ensinando algo novo para um público ingênuo. 

Esse acontecimento é fruto de anos e anos nos quais a voz e o conhecimento feminino foram colocados em dúvida e apresentados como inferior ao dos homens. O pior é que fenômenos como esse de fato roubaram e ainda roubam das mulheres a devida atenção no mundo e na história. Não é à toa que importantes nomes foram colocados em segundo plano ou até mesmo apagados da história somente devido ao gênero. Pensadoras, cientistas, artistas negadas pelo simples fato de serem mulheres. 

O que choca ainda mais é que no mansplaining o “palestrinha” muitas vezes explica algo do mundo feminino, como, por exemplo, olhe só, a menstruação ou a gravidez. Veja que absurdo, o homem tenta explicar para mulher por que a TPM é de um modo ou de outro, ou como o corpo dela poderá mudar no processo de gestação. 

No mundo do trabalho, então, essa prática é diária, somada a atos como interromper a fala da mulher (maninterrupting) e se apropriar do seu conhecimento (broapropriation). 

Estamos em um momento de dar um basta nisso, a prática recorrente dessas ações, causando danos psicológicos às vítimas, pode ser configurada, conforme o contexto, como violência psicológica. E esse tipo de violência é categorizada desde 2021 como crime.

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