O negro é lindo, mas qual negro?

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Os comerciais, normalmente, apresentam elementos do nosso cotidiano como, por exemplo, uma praia, uma mesa de amigos, entre outros elementos que influenciam a cultura midiática brasileira. No entanto, é necessário observar quais corpos estão sendo apresentados e de que forma estão sendo apresentados.

A discussão sobre a hipersexualização do corpo negro segue firme por aqui, porque a todo momento somos inundados por imagens publicitárias que seguem um padrão de comportamento, principalmente, do corpo feminino negro, que na sociedade contemporânea tem sido colocado em evidência, contudo, é um perfil específico.

As imagens disseminadas pelas publicidades, geralmente, apresentam as figuras femininas de modo a exibir seu corpo, suas curvas voluptuosas e perfeitas, principalmente quando se trata de mulheres negras, dado que o estereótipo formado pela mídia são de mulheres negras de pele mais clara, magras, com nádegas volumosas e seios perfeitos. 

Além disso, apresenta apenas um tipo de mulher negra: aquela que está sempre sorridente, jovem, cabelos não muito crespos e acaba excluindo todo o restante das mulheres negras que também compõem a sociedade. Teoricamente, essas imagens colocam a figura da mulher negra em evidência. No entanto, cria-se uma nova forma de exclusão dentro da própria figura que já se encontra fora dos padrões eurocêntricos.

A mídia, por meio da publicidade, faz com que os estereótipos de gênero e raça se perpetuem, pois reforçam as relações de exclusão e dominação. Essas representações sociais constroem um imaginário de negros e negras dentro da sociedade brasileira desde a sua fundação.

Os cabelos cacheados e crespos são muito mais que uma simples estética: são símbolos de resistência. Não é apenas uma questão de assumir os cabelos, mas também de assumir toda uma identidade cultural e o resgate da cultura negra, que foi apagada ao longo dos séculos.

Apesar dos traços negros estarem sendo colocado em destaque ultimamente, trata-se de uma beleza negra muito específica. O estereótipo de mulata tipo exportação” ainda está enraizado na sociedade brasileira, e isso também pode ser visto em páginas que, teoricamente, deveriam exaltar a beleza negra.

Em um mundo em que a globalização tem sido empurrada para as pessoas, uma vez que a todo momento somos invadidos por anúncios de propagandas, ou qualquer outro meio, é necessário refletir sobre a exclusão. Na verdade, devemos pensar a respeito da padronização de vestimentas, modo de agir, pensar, viver e toda e qualquer padronização estética que ultimamente tem afetado, em especial, o indivíduo negro.

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