Por dívida de 20€ do namorado, estudante é raptada e estuprada

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Você deve se perguntar onde aconteceu essa atrocidade. Em qual periferia de São Paulo, do Rio, sei lá. Mas foi em Portugal. No fim de janeiro, dois homens raptaram uma adolescente de 15 anos em frente à uma escola como forma de punir o namorado da vítima. O rapaz devia 20 euros de uma compra de uma pequena quantidade de haxixe aos criminosos.

O crime aconteceu na cidade de Montemor-o-Novo, no distrito de Évora, a cerca de 100 km de Lisboa. Os dois suspeitos, de 20 e 24 anos, foram presos na última semana e vão responder por (dentro das leis portuguesas): dois crimes de violação grave; um crime de rapto e um crime de ameaça. Mas vão responder em liberdade. Estão com tornozeleiras eletrônicas.

Veja o tamanho do absurdo que isso é.

Pensa comigo: quanto vale uma vida? Ou melhor: quanto vale a vida de uma mulher? Ou de uma menina? Por 20 euros. Eles não torturaram o rapaz que estava devendo. Não raptaram, não maltrataram, não violaram ele. É ELA quem vai carregar pra sempre os traumas desse violência brutal. Usaram ELA pra ferir o namorado. Mas, no fim das contas, quem vai ter uma cicatriz pra toda a vida, é ela. UMA MENINA. 15 anos. Em algum momento, possivelmente o casal nem estará mais junto. E ela vai seguir com uma ferida aberta pra sempre.

Nos enxergam como descartáveis. Como um meio para um fim. Algo do qual podem se utilizar pra chegarem ao que desejam, pra ganharem, pra baterem no peito vitoriosos. Uma ponte… Um corpo. Descartável. Um pedaço de carne e nada mais.

Quem vai curar essa ferida? Quando? Como? É possível curá-la?

O quanto nós somos coniventes com esse mundo machista que estupra, viola, fere, mata se for preciso e, sequer, é punido? Sequer, tem a liberdaded cerceada?

O problema é global. Brasil, Portugal, Estados Unidos. Nenhuma de nós está livre. Não estamos protegidas. Em lugar nenhum.

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