2022 é a consolidação da distopia econômica Brasileira

Leitura: 2 min
destaque_site (8)

Minha sensação é de estar todos os dias nadando contra uma maré que nunca baixa.

Aliás, 2022 jogou na nossa cara que mesmo um trabalho sério e bem feito, pode não resistir a um ambiente econômico destrutivo como o que foi construído por uma série de acontecimentos, sendo os piores deles a pandemia e o governo Bolsonaro.

Trabalhamos com pequenos empreendedores e, nessa última semana, em um grupo que temos, li diversos relatos sobre como estão avaliando a economia.

Não ligo para o que os analistas ou economistas dizem como está a economia; nenhuma informação é mais forte do que as que vêm daqueles que estão no front. E eles trouxeram relatos que mostram o que está sendo esse início de 2022.

Muitos deles, não estão mais com seu pequeno negócio como única fonte de renda, precisando fazer outras coisas para complementar suas rendas. E o negócio que antes sustentava a família e fazia com que trabalhassem com aquilo que lhes dá prazer, acabou virando uma fonte de renda extra. Fora aqueles que, depois de anos abertos, estão precisando fechar os seus negócios e entender o que vão fazer para conseguir ganhar dinheiro e se reencontrar nesse universo, pois quando um negócio fecha as portas, não é apenas o dinheiro que deixa de entrar: tem uma realização pessoal e profissional ali; a identidade daquele pequeno empreendedor está relacionada ao negócio e isso causa danos psicológicos reais.

Negócios pequenos têm, obviamente, menos caixa para passar por crises e, de 2020 pra cá, foi uma atrás da outra, dando pancadas à vista e à prestação nos pequenos empreendedores, que veem desde os necessários fechamentos, o acúmulo de dívidas para manter os negócios funcionando, a perda de emprego e renda dos seus clientes e a inflação galopante, que influencia na vida pessoal do empreendedor, que precisa aumentar seu salário para pagar suas contas, em um momento que todos os seus custos no negócio aumentaram e os clientes diminuíram, fazendo com que a gerir as finanças que já eram apertadas, ficasse quase impossível e manter o negócio como única fonte de renda, muitas vezes ficou inviável.

2022 é o ano da consolidação do que já sabíamos: o Brasil perdeu mais uma década, no mínimo.
2022 é o ano que o tal “novo normal” chegou e, para a maioria da população, ele é pior que o antigo normal, porque trouxe com ele a queda na renda, a  fome, o desemprego e a morte. Como disse Airton Krenak “A pandemia não vem para ensinar nada. A pandemia vem para devastar as nossas vidas”.

2022 é o ano em que pequenos negócios estão fechando em massa, jogando a renda das pessoas no chão.

2022 é o ano em precisamos mais uma vez focar na sobrevivência.

Compartilhe

Leia também

O site da Coluna de Terça utiliza cookies e tecnologias semelhantes para ajudar a oferecer uma experiência de uso mais rica e interessante.